terça-feira, 30 de junho de 2009

Auto-rendimento

Auto-rendimento - Fev/2007

Wilton Carlos de SantanaMestre em Pedagogia do Movimento pela UNICAMP (SP)Doutorando em Educação Física na Unicamp (SP)


Para parte dos professores de futsal, crianças não passam de estatística. Aqueles sobrevivem da quantidade de gols que estas fazem, do número de desarmes que executam, do tempo que jogam, das vezes que jogam, dos títulos que conquistam, enfim, do seu desempenho. Os “treinadores” costumam inscrever suas equipes, de crianças de 06 a 09 anos, nos campeonatos oficiais (Liga e Federação). Assim, têm a oportunidade de demonstrar o “profissionalismo da comissão técnica”, promoverem-se e angariar alguns pa(i)trocinadores. É preciso salientar que, nessas competições, em função de perseguirem a vitória a qualquer custo, resultado exclusivo que boa parte dos adultos aceita, esses professores apóiam poucas crianças, deixando as demais no banco de reservas todo o jogo, o mês, o ano. Oponho-me a esse tipo de prática. Causam-me indignação algumas cenas e atitudes grotescas quando da disputa de jogos nessa faixa etária. Sobra fragilidade pedagógica em parte dos professores de crianças esportistas. O olhar míope compromete o ambiente e, por extensão, o aprendizado dos alunos.
“O esporte na infância é, sempre, educacional. Não importa se realizado em clube ou escola. Trata-se de auto-rendimento e não de alto rendimento”.
A rigor mesmo, crianças deveriam competir “pra valer” (nas chamadas competições federadas) mais para frente, a partir dos 12 anos de idade, quando em geral acumulariam mais experiência motora, técnico-tática e emocional. Não é preciso competir cedo para ser um craque de futsal no futuro! Já mostramos isso quando do artigo “A iniciação de jogadores de futsal com participação na seleção brasileira”. Por outro lado, nada impediria as crianças de se iniciarem no futsal cedo, desde que orientadas por professores que planejassem aulas diversificadas, que as poupassem da excessiva competitividade, que propusessem alternativas para isso, como encontros e festivais, que as privassem do rigoroso crivo de boa parte dos adultos, que as propiciassem jogos em que, todas, jogassem. O esporte na infância é, sempre, educacional. Não importa se realizado em clube ou escola. Trata-se de auto-rendimento e não de alto rendimento. Ser educacional implica em ser ético e responsável, o que inclui buscar a excelência (superar-se), mas exclui viver para atender às idiossincrasias de professores mal preparados.

Disponível em www.pedagogiadofutsal.com.br

Abraço.

Um modelo

Cuba: Potência esportiva 09/05/2004

Cuba, 11 milhões de habitantes, 11 milhões de esportistas. Uma história que começou há 45 anos, num discurso.
"Nosso nível esportivo é muito baixo. Temos que tentar elevá-lo rapidamente." Fidel Castro disse isso 29 dias depois de ter chegado ao poder com a Revolução Cubana, em 1959. Treze anos depois, nos Jogos Olímpicos de Munique, nascia uma nova potência olímpica: Cuba. Desde então, os cubanos ficaram sempre entre os dez primeiros no quadro de medalhas.
A crise econômica que o país enfrenta desde o fim da União Soviética, o isolamento político e ainda o bloqueio econômico dos Estados Unidos não afetam o desempenho esportivo.
Nos últimos jogos olímpicos, em Sydney, no ano 2000, Cuba ficou em nono lugar no quadro de medalhas: 11 de ouro, 11 de prata e 7 de bronze, uma posição à frente da rica Grã-Bretanha.
A ilha celebra a força no esporte com uma Olimpíada Nacional. Está na segunda edição, em que participam 4 mil atletas cubanos, numa preparação para os Jogos Olímpicos de Atenas.
O segredo desse sucesso esportivo está escondido em prédios de aparência feia. Não há dinheiro para a manutenção, mas, lá dentro, crianças aprendem a ser atletas.
Em Cuba, o principal instrumento para se praticar esportes não é uma bola, uma chuteira, uma sapatilha, uma raquete, mas sim a carteira escolar.
"Não se concebe um bom esportista que não seja um bom aluno", ressalta Javier Sotomayor, que conquistou a medalha de ouro no salto em altura nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992.
Aos 5 anos, uma criança escolhe uma modalidade e passa a praticá-la diariamente na escola.
Se tem sucesso, aos 8 anos, vai para uma escola formada de atletas. É a pirâmide cubana. À medida que o aluno avança nos estudos vai sendo avaliado como atleta. Até que, na Universidade do Esporte, só chegam os atletas de alto rendimento.
Em uma turma de tiro com arco, de uma escola em Havana, as condições são precárias, mas o que faz diferença é a formação.
"Quando se tem vontade de seguir adiante, se põe toda a capacidade de inteligência, de perseverança. Essa é a característica do povo cubano", comenta Ana Quirot, bicampeã mundial nos 800 metros rasos.
Quem não tem o talento para ser atleta continua na escola normal e segue praticando alguma modalidade.
"O mais importante para nós não são as medalhas, mas o ser humano e o melhoramento da qualidade de vida e que o esporte possa ser algo importante na educação das novas gerações de cubanos", enfatiza Alberto Juantorena, que conquistou duas medalhas de ouro no atletismo, nas provas de 400 e 800 metros rasos, nas Olimpíadas de Montreal, em 1976.
Havana, 18h de uma terça-feira. Cerca de 3 mil pessoas estão na Cidade Esportiva, uma área pública de lazer. Não estão competindo, estão simplesmente praticando esporte, muitos esportes. Ao fundo, uma frase que explica tudo: "Cuide de sua saúde, pratique esporte."
Os campeões são tratados como heróis, como exemplos bem sucedidos do regime. Quanto mais medalhas, mais prêmios. Pode ser uma casa, um carro.
Os atletas retribuem com atitudes em favor de Cuba. Uma prova é o tricampeão olímpico de boxe, Félix Savón. Ele recebeu convites para se naturalizar americano e, conseqüentemente, ficar milionário no boxe profissional. Disse não.
"Se eu não lutar por Cuba, quem vai lutar? Sou filho dessa revolução, sou filho desse povo. Se vou embora, quem vai lutar por mim?", questiona Savón.
Acima de tudo, os cubanos são obstinados, como Mireya Luís, tricampeã olímpica de vôlei e carrasca das brasileiras. "Não gostamos de perder. Falando cubanamente, um cubano não gosta de perder", brinca Mireya.
A festa de encerramento da II Olimpíada Nacional foi diferente. Uma simultânea de xadrez, com 13 mil pessoas. Recorde mundial. Em Cuba, o xadrez é disciplina obrigatória nas escolas, uma idéia de um dos líderes da revolução, o argentino Ernesto Che Guevara. A simultânea foi em frente ao túmulo de Che, em Santa Clara, a 300 quilômetros de Havana.
Che também deixou como herança um outro ensinamento para os cubanos. A frase mais famosa do revolucionário ganhou uma interpretação para o esporte: "Até a vitória. Sempre."

Abraço.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Conteúdo

Sugestões de Conteúdos nas Diferentes Categorias Competitivas no Futsal

*Prof. Fernando FerrettiTécnico da Seleção Brasileira de Futsal
*Prof. Paulo GambierTécnico da EMBRAED/Itajaí - SC

Uma das maiores dificuldades que o profissional de Futsal encontra é formatar os conteúdos de acordo com a faixa etária(categoria) do atleta. Sempre cabe a dúvida de qual assunto desenvolver, em cada categoria competitiva. Outro tema importante a considerar é a individualidade técnica de cada aprendiz. A capacidade técnica do atleta é determinante para o bom funcionamento tático (interação do grupo chamado plantel) da equipe.
Tomando por base os fundamentos táticos, base do atleta bem formado, passamos a sugerir alguns conteúdos de acordo com a faixa etária.

DEFESA:
Iniciação ao Pré-Mirim (de 07 a 10 anos)
- Aprendizado da marcação individual (quem acompanha quem na hora de defender);
- Princípios do conceito de cobertura (Estar atento no companheiro que é driblado);
- Marcação de bolas paradas (falta, lateral, escanteio, e saída de centro);
- Estar sempre que possível, atrás da linha da bola.

Mirim até Infantil (11 a 14 anos)
- Cobertura por setores (O atleta marca o seu e já está pendente do espaço do companheiro adjacente);
- Identificação do último homem (É o inicio da percepção do quanto é importante atacar pensando em defender);
- Bolas Paradas (Saber se colocar para defender as diversas jogadas de bola parada do adversário);
- Identificar as linhas de defesa de acordo com a linha da bola.

Infanto até Juvenil (15 até 19 anos)
- Aperfeiçoamento do sentido de cobertura (quem cobre quem de acordo com os setores vulneráveis)
- Saber que as linhas se alteram constantemente, de acordo com o ataque adversário, e que se deve sempre buscar o equilíbrio suficiente para tentar desarmar o adversário nos diferentes espaços de quadra.

ATAQUE:
Iniciação ao Pré-Mirim (07 aos 10 anos)
- Noções de tempo e espaço;
- Diferentes tipos de passe;
- Não especializar nas diversas posições de quadra;
- Jogadas combinadas com poucos tempos de execução.

Mirim até Infantil (11 até 14 anos)
- Especializar nas diversas posições sabendo que o Futsal é dinâmico e exige do atleta conhecimento dos diversos espaços de quadra e das posições que ocupam (Os diversos posicionamentos em relação aos companheiros e adversários);
- Sistemas de ataque pouco complexos (jogar com pivô - quando se mete a bola, quem é que passa, a que tempo e quem se preocupa em cobrir);

Infanto até Juvenil 15 até 19 anos)
- São reconhecidos pela sua qualidade em determinada posição. Mas reúnem informações para identificar o básico de todas elas. Por exemplo: Um pivô quando é obrigado a estar de beque, sabe alguns conceitos que ajudam a não comprometer a defesa (Futsal é dinâmico);
- Sistemas de ataque e defesa mais complexos;
- Conhecimento dos diferentes Tempos de ataque que sempre estará de acordo com a defesa adversária;
- Ler e entender o jogo, principalmente o do adversário. É claro que todo conteúdo vai se modulando de acordo com o tempo e com a vivência do profissional que comanda os treinamentos. Ensinar nosso atleta a raciocinar sobre o jogo é básico. É o tal conteúdo cognitivo, aquilo que a gente vai botando para dentro da cabeça do atleta, à medida que vamos aperfeiçoando sua técnica. Uma variante não caminha sem a outra. Pense nisso e até breve.

Abraço.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Craques nascem feitos ou se formam craques?

Craques nascem feitos ou se formam craques?
Prof. Fernando Ferretti - Malwee Futsal / SC
Publicado em 01 de março de 2009

Circula pela internet imagens - estão no blog(www.ferrettifutsalblog.blogspot.com) - de um menino argelino que vive na Franca, de 6 anos que já esta sendo apontado como o novo Zinedine Zidane pela imprensa francesa. Trata-se realmente de um fenômeno, como se pode ver, mas e também uma grande exceção da regra de que craque, para formar-se craque realmente, depende de dois fatores principais, que alias aprendemos em biologia já no primeiro grau: O genótipo (carga genética que trazemos de nossos pais e antepassados) e do fenótipo (a influencia do meio onde vivemos os estímulos que recebemos e as oportunidades de realizar um treinamento de qualidade).
Quantos bons jogadores de bola conhecemos e que não vimos triunfar em nenhuma equipe de futebol ou futsal? Por quê? Como explicamos? Apesar da habilidade inata, não progrediu ao estrelato e, ao contrario, alguns jogadores de técnica discutível conseguem chegar ao apogeu em importantes equipes. São importantes taticamente e indispensáveis no funcionamento das equipes.
É o tal do genótipo e o tal do fenótipo. Falar que craque nasce feito e não ter estado a beira da quadra para ver e testemunhar que craque se faz com muito treino e informação.
Piaget diz que a aprendizagem se da segundo parâmetros motores, cognitivos e afetivos.Portanto o que treinamos, o que botamos para dentro da cabeça do nosso atleta (comentamos, corrigimos e repetimos e a experiência de outrem) e o ambiente facilitador da aprendizagem que criamos.
O menino argelino Madin e dessas aberrações que demoram muito para surgir e mesmo assim vamos aguardar o futuro para ver se não há aí uma queima de etapas com o menino, ao se criar muita expectativa em torno de alguém de apenas 6 anos.Vamos ver se vai vivendo experiências educativas realmente significativas que o levem a ser o jogador que todos esperamos que seja,aliás para o bem do futebol.Pense nisso e ate breve.

Abraço.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

CONSIDERAÇÕES SOBRE O GOLEIRO LINHA

CONSIDERAÇÕES SOBRE O GOLEIRO LINHA
Prof. Fernando Ferretti -Treinador da Malwee Futsal - CREF 3.000-G/SC

A postura de um goleiro ofensivo ,vem sendo uma saída comum a maioria das equipes que necessitam remontar um marcador adverso ou até,como estamos vendo recentemente,para manter a posse de bola por mais tempo,quando estamos vencendo uma partida.Muitos desenhos ofensivos são usados como o 1 - 2 – 2 e o 2 – 1 – 2 mas,a nosso ver,tão ou mais importante que os desenhos de ataque,são as seguintes ações que chamamos “TEMPOS DE JOGO DO GOLEIRO LINHA” ,a saber:
1) ENTRAR NO CAMPO DE ATAQUE – Ali deve estar o goleiro ,para um jogo de qualidade ofensiva,já que estará livre das limitações dos 4 segundos de posse de bola;2) ESPERAR O DESEQUILÍBRIO DEFENSIVO DO ADVERSÁRIO – Ao entrar no campo ofensivo deve equilibrar-se,quase parar,esperando o momento em o defensor sai ao seu encontro tentando desarma-lo.Aí está a hora ideal do passe ,pois neste momento começa a vantagem numérica que buscamos;3) ATACANTES ENTRAM EM LINHA DE PASSE – São facilitadores para os passes do goleiro e NUNCA devem estar estáticos e/ou “escondidos” .
Então, considerando que ultimamente as defesas tem prevalecido sobre os ataques,veremos que inobservância a alguns destes citados itens,pode ser a causa do baixo aproveitamento ofensivo nas situações do goleiro linha.Isto posto, independente do desenho que usamos,devemos dar sustentação tática ao mesmo,para o bom funcionamento das ações ofensivas do goleiro linha.
Pense nisso e até breve....

Abraço.

Convite

Temos o prazer de convidar sua equipe a participar da II Copa Soc. Harmonia de Futsal 2009.
A referida competição é uma promoção da Soc.Harmonia/Frei Policarpo/FME/Ociani e tem como finalidade promover o esporte como ação de cidadania e integração social.
A participação de sua equipe será muito importante visando enobrecer ainda mais o evento.
Segue abaixo programação e regulamento técnico da competição.
Contando com vossa nobre participação, desde já agradecemos e reiteramos nossos mais sinceros votos de estima e apreço.

PROGRAMAÇÃO GERAL

Copa Soc. Harmonia de Futsal 2009
Local do evento: Ginásio de esportes Frei Policarpo.
Rua Bonifácio Haendchen, 4400 bairro Belchior Alto – Gaspar.
DIA 18/07/2009 – SÁBADO
Categoria: Sub-14 MASCULINO (nascidos em 1995,96,97...)
Horário de inicio: 08:30 horas.
Inscrições: Até 13/07/2009 (segunda-feira)
Valor da Inscrição: R$ 70,00 por equipe

CONFIRMAR INSCRIÇÃO com:
- Profº Vanderlei (Vandeco)
prof.vanderlei@globo.com
3334 6797 ou 84236950
- Profª Lucilene
lu_perini@yahoo.com.br
99633353

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Futsal para Jovens

Futsal para Jovens

O futsal está em constante crescimento, e vem ganhando cada vez mais, novos adeptos.
As crianças iniciam a prática esportiva cada vez mais cedo e, é exatamente neste ponto em que reside nossa dúvida.
É correto crianças 7,8 ou nove anos receberem responsabilidades táticas?
Ao assistirmos alguns jogos da categoria pré-mirim (em alguns casos, até antes), as crianças se movimentam feito “robôs” em quadra, com movimentos pré-estabelecidos. Não estaremos desta forma inibindo a criatividade das crianças? Não estaremos tirando-lhes o prazer do jogo?
As crianças nessa faixa etária devem experimentar o maior número de movimentos possíveis, adquirindo através do lúdico o prazer pela modalidade.
Devemos proporcionar-lhes o direito à criatividade e a liberdade.
Acredito que desta maneira estaremos contribuindo para a formação de jovens responsáveis, autônomos, críticos e, principalmente felizes.

Abraços.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A arma de Dunga

Conhecimento tático ou inexperiência: qual a arma de Dunga? (Por Rodrigo Azevedo Leitão)

Começo a pensar que aquela que era para mim a principal fragilidade do treinador da seleção do Brasil, é na verdade sua principal virtude
Não estou aqui a escrever esse texto para defender esse ou aquele treinador, nem tão pouco para apontar defeitos personificados em um sujeito qualquer que um dia decidiu se tornar treinador de futebol.Quando aponto falhas no comportamento organizacional de uma equipe, não tenho pretensão alguma de criticar o trabalho do “comandante” da tal equipe, apenas quero discutir como ela joga o jogo.Hoje, vou então abrir uma exceção, para escrever sobre o treinador da seleção brasileira de futebol, o Dunga.Confesso ainda achar muito estranho que alguém assuma como primeiro trabalho em sua profissão (em sua carreira), aquele que é tido como o mais importante, difícil e valorizado dentre seus pares.O fato é que depois de ouvir recentes depoimentos de jogadores brasileiros que jogam ou jogaram na Europa nos últimos anos, começo a pensar que aquela que era para mim a principal fragilidade (defeito, problema!) do treinador da seleção do Brasil, é na verdade sua principal arma (vantagem, qualidade, virtude).Explico. É muitas vezes assustador assistir nos programas “especializados” em futebol na televisão brasileira as comparações infundadas sobre o futebol praticado na Europa e o praticado no Brasil. Um sem número de argumentos vazios é usado para tentar convencer aos ouvidos menos atentos de que dentro do campo, seja no âmbito da preparação física, técnica ou tática, nós brasileiros somos imbatíveis.É um velho-novo discurso que, reduzindo o futebol à relações de causa-efeito, simplifica ao bel prazer dos achismos, fatos e teorias que explicam o ponto de vista que se quer defender.É incontestável que fatores como a preocupação da Uefa com a qualidade da formação dos treinadores em ação no território europeu (da base ao profissional), a proximidade entre as Universidades (Ciência) e a prática em alguns centros, e o grande número de eventos que promovem discussão entre profissionais em diversos países da Europa têm garantido já há algum tempo um grande salto de qualidade no jogar das equipes européias.Nossos jogadores saem do Brasil e no velho continente (aqueles que se adaptam aos novos paradigmas) aprendem coisas novas sobre o jogo, evoluem seu jogar e em contrapartida oferecem as suas equipes novas outras possibilidades (e está feita a troca).E o Dunga com isso?O treinador brasileiro passou cerca de 11 anos de sua carreira de jogador fora do Brasil (6 anos na Itália, 2 anos na Alemanha e 3 anos no Japão [fonte: Wikipédia]). Aprendeu muitas coisas por lá. Algum tempo depois de se “aposentar” no Brasil, tornou-se treinador – e logo da Seleção Brasileira.Não precisou respirar os bastidores dos clubes brasileiros (em sua maioria viciados em um tempo “estragado” que parou no passado), nem conviver com alguns de seus jogadores acostumados com desmandos de um futebol que “é assim mesmo”.Assumiu um cargo em que os seus comandados aprenderam coisas novas, experimentaram outros paradigmas, atravessaram o Atlântico e cresceram como atletas e como homens; passaram a jogar um futebol que o próprio Dunga tirou lições. E como não tinha experiência alguma como treinador tratou de buscar informação e conhecimento.Sem os vícios que poderiam dificultar seu trabalho com os grandes astros do futebol brasileiro e com uma visão mais ampla sobre o que se faz no futebol europeu tem tentado, de certa forma, dar significado a coisas que antes eram substituídas ou ficavam ofuscadas por gritos na beira do gramado.Não acredito que Dunga seja melhor ou pior o que esse ou aquele treinador. Penso somente que sua vantagem é não ter tido tempo e experiência como técnico dentro do nosso bom futebol brasileiro; e só com isso já tem tido resultados mais satisfatórios do que seus antecessores em vários aspectos.O que acredito sim, é que estamos muito distantes ainda de ter uma seleção brasileira jogando de maneira a potencializar o talento de nossos jogadores ao mesmo tempo em que se apresenta como uma equipe tática avassaladora.Por fim, só para constar, uma questão: por que os “especialistas futeboleiros” de maior “alcance” na mídia, diferente do que faziam (e fazem como praxe) com outros treinadores, vivem a elogiar o Dunga (a responsabilidade é sempre dos outros)?

Disponível em www.universidadedofutebol.com.br, acessado em 23/junho/2009.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Liga Futsal 2009

Vem aí a 2ª fase. Após o término da 1ª fase, as 12 equipes de melhor campanha avançaram a 2ª fase, que será dividida em dois grupos com seis equipes cada.
- Krona/Joinville/DalPonte ............. 40 pts
- Carlos Barbosa ................................ 38
- Atlântico/Erechim...........................36
- Malwee Futsal ................................. 35
- V&M Minas ...................................... 32
- Copagril/Faville/DalPonte..............31
- Florianópolis Futsal ........................31
- Cortiana/UCS/AFF ......................... 29
- RCG/Garça/Umbro ........................ 29
- Poker/PEC/Ikinha .......................... 28
- Intelli/Orlândia ...............................27
- Zaeli/Penalty/Umuarama .............. 26
- Diplomata/Muffatão/Cascavel .................. 25
- SãoCaetano/Corinthians/Unip................... 22
- PraiaClub/Pref.Uberlândia......................... 21
- Seguridade/Unisul/Penalty........................ 17
- São Paulo/Suzano............................................6
- Vasco da Gama.................................................3
- Álvares/Vitória.................................................2

Abraço.
-

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Definido os grupos

Grupos do 5º Grand Prix
Grupo A:
Brasil
República Tcheca
Moçambique
Peru

Grupo B:
Irã
Costa Rica
Romênia
Uruguai

Grupo C:
Guatemala
Angola
Paraguai
Hungria

Grupo D:
Ucrânia
Argentina
Venezuela
Equador

Abraço.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Objetivos

SER CAMPEÃO NAS CATEGORIAS DE BASE OU FORMAR ATLETAS DE FUTSAL ?
* Prof. Esp. Marcos Avellar - RJ / Transcrito do Blog Marco BrunoPublicado em 22 de outubro de 2008

Quando falamos em formação de crianças nós devemos atingir 100%, ou seja, todas. Qual é o único lugar que essa situação é possível? Na escola. Nos paises de 1º mundo esportivo, isso acontece e como o nosso assunto irá abordar o esporte a formação do atleta também é feita na escola por motivos óbvios, porque lá estão as pessoas que estudaram e receberam as informações que irão permitir que nossas crianças recebam as orientações corretas para que esse complexo processo de desenvolvimento ocorra. Como infelizmente a realidade brasileira não é essa a formação dos nossos atletas acontece nos lugares mais variados como Clubes, escolinhas, etc.
A formação de uma criança tem que passar por etapas de desenvolvimento que são necessárias para que ao final da infância (por volta dos 12 anos) ela tenha controle dos seus movimentos para que a partir daí comece a iniciação desportiva, se em algum momento a criança pular alguma etapa, receber informações erradas ou for mal trabalhada poderemos estar perdendo não só um talento desportivo, mas um cidadão em sua plenitude. Sim meus amigos mais que um atleta nós estamos formando um cidadão e usando o esporte como um meio e não como um FIM para esse processo.
Infelizmente não é isso que observamos por ai e sim processos de formação não condizentes com a faixa etária da criança, seja no âmbito motor, afetivo ou cognitivo. Por exemplo, numa turma de chupeta que vai dos 6 aos 7 anos (acho um absurdo crianças nessa idade competir, mas enfim isso é o Brasil), já vi um “professor” (duvido que seja), falar aos gritos: “Não da o passe desequilibrado, eu já falei que só pode passar equilibrado”. Com certeza ele não sabe que nessa faixa etária a criança tem que ser trabalhada entre outras várias ações coordenativas o equilíbrio e o principal quando se trabalha com crianças temos que ter o conhecimento de que ela aprende (cognitivo) com o pensamento concreto, isto é, necessita executar as ações pedidas e vivência-las para compreender, corrigir uma criança apenas no plano da linguagem, é insuficiente, somente após a infância ela irá aprender com informações verbais.
Posto essas informações que em minha opinião se fazem necessárias, começo a tentar falar do processo de formação dos atletas de futsal que acompanho há quase 30 anos. Vejo um organograma de “frustrados” e pessoas mal informadas que comandam esse processo, pois se espelham no futebol profissional para nortear suas ações. O diretor, o supervisor, o técnico, o preparador, cobram resultados, performances dos jogadores e se esquecem que o objetivo não é ser campeão e sim, formar cidadãos em primeiro lugar (nunca podemos nos desvincular desse objetivo), pois sabemos que poucos conseguirão e atletas, seja para o adulto ou para o futebol de campo, esse sim é o verdadeiro objetivo quando falamos em FORMAÇÃO, afinal formação, base para que? Pra onde?Enquanto essa lógica prevalecer continuaremos a ver “Basquetesal, handesal, queimadosal”, etc, pois o que interessa é GANHAR em detrimento do FORMAR.
Quanto a nós professores (sim considero esse quesito fundamental, mas não somente ele) devemos nunca perder o foco que estamos tratando de categorias de base, ou seja, de formação e eles precisam que nós construamos um forte embasamento e conceitos que irão servir para o seu futuro, primeiro como cidadão e depois como atleta. Dar a liberdade pra que possam errar sem medo, sem serem repreendidos com xingamentos ou palavras que abaixem sua estima ou pior ainda os inibam de aprender, são crianças em formação e os erros são normais e bem vindos durante o processo de aprendizagem, pois quando eles erram também acontece o processo de aprendizagem.Outra coisa que muito me incomoda são os clubes convidarem crianças com altos salários e pais que fazem leilão com seus filhos. Nesse momento o mais importante para essa criança é aprender para a modalidade (e para a vida), ter uma boa formação motora; aprender a jogar em várias posições; chutar com ambos os pés; fazer leitura de jogo; vivenciar diversas variações táticas; aprender padrões de jogo e suas variações; ter espírito de equipe; ser humilde; respeitar o próximo; saber o real valor de uma vitória; aprender com a derrota; hoje ser titular; amanhã ser reserva; hoje acha que vai ganhar e perde; amanhã pensa que vai perder e ganha, afinal a vida não é assim? No processo de formação que tanto falei nesse artigo, não seria melhor ao invés de dinheiro que o clube desse uma boa escola, um curso de inglês, um curso de computador, uma aula de reforço escolar, uma cesta básica, enfim como falei antes poucos vingarão e caso não vingue à criança terá instrumentos para seguir sua vida normalmente.
Para terminar, imagino que algumas pessoas estejam se perguntando: Quer dizer que meu filho vai para uma equipe para não ganhar? Claro que não, ganhar é importante quando pensamos em competição, caso contrário não estaríamos formando atletas, mas com crianças em formação, a vitória deve ser um meio e não o fim, sem falar que quando esse processo ocorre os resultados acontecem. Devemos ser competitivos e exigir que façam aquilo que julgarmos mais importante, cobrando empenho, dedicação e outras responsabilidades. Assim teremos não só um atleta, mas também e principalmente um cidadão para a vida e se ele não se tornar um jogador de sucesso, o será como ser humano, pois precisamos além de jogadores, médicos, engenheiros, etc. Se isso ocorrer, o trabalho da base terá sido bem sucedido.

Abraço.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Formação

A Formação de Jogadores de Futsal

Ferretti, ex-técnico da seleção brasileira e atual da Malwee (SC), resumiu muito bem (www.ferrettifutsal.com/Artigos53.htm) algo que, recentemente, tomou forma no futsal nacional: o êxodo dos melhores jogadores para o exterior e a decorrente exposição de jogadores desconhecidos (mas competentes) do público em geral. Certamente, boa parte destes não teria a mesma chance de jogar se aqueles ainda estivessem por aqui. O treinador levanta outro ponto interessante: com o êxodo dos craques houve um nivelamento das equipes. Por extensão, abriu-se um precedente para que os técnicos em geral e em particular aqueles que investem na formação de jogadores façam a diferença.
Inicialmente, compartilho a idéia apresentada de que os jogadores não são formados apenas nas categorias menores e de que o aprendizado em futsal se estende à categoria principal. Significa dizer que tanto um técnico da categoria Sub-13 quanto, por exemplo, um expert como o Miltinho (técnico do Minas Tênis-MG), respeitando-se as particularidades e o nível de experiências anteriores dos atletas, formam jogadores. Por outro lado, é preciso destacar que, a rigor, os técnicos nunca perderam a vez, ainda que nem sempre isso seja reconhecido e ainda que nem todos tenham talento (ou estejam dispostos) para ensinar os jogadores a jogar bem futsal.
"(...) sugeriria que os técnicos, independentemente da faixa etária em que atuam, investissem boa parte do treino em situações tático-cognitivas. Estas exigiriam dos jogadores as habilidades de perceber e de analisar as situações e de apresentar soluções para os problemas".
Quando do ensino do futsal, vale a pena ponderar sobre a contribuição dos técnicos de diferentes categorias na formação dos jogadores. A meu ver, é muito relevante e sobre muitos aspectos. Destacaria uma em particular: a de contribuir para que aqueles percebam (leiam, pensem, raciocinem) o jogo, isto é, para que fiquem cada vez mais inteligentes. Por que a inteligência? Por que o futsal é um jogo eminentemente de natureza tática. Logo, a resolução de problemas é constantemente exigida. E não dá para resolver o que não se percebe! Portanto, sugeriria que os técnicos, independentemente da faixa etária em que atuam, investissem boa parte do treino em situações tático-cognitivas. Estas exigiriam dos jogadores as habilidades de perceber e de analisar as situações e de apresentar soluções para os problemas. Como os técnicos poderão treinar a inteligência dos jogadores? Inserindo jogos no treino (esta aí a medida metodológica principal!). Quais? Aqueles que dêem conta de treinar as situações mais exigidas no jogo. Quais? A meu ver, as relacionadas ao ataque, à defesa e à transição (tanto ofensiva quanto defensiva). Deve-se pensar: "O que eu proporei no treino para que os jogadores aprendam mais sobre uma situação particular de jogo?". Para isso dar certo, apenas uma condição: a competência para planejar jogos está ancorada na capacidade de o técnico perceber o que o jogo está a exigir. Não dá para planejar o que não se percebe!

Disponível em www.pedagogiadofutsal.com.br, acessado em 17/junho/2009.

Grande abraço!

Convocação

Confira a lista de convocados para 5º Grand Prix de Futsal:

Goleiros
Franklin (Malwee Futsal-SC)
Rogério (Cortiana/UCS/AFF-RS)
Tiago (Malwee Futsal-SC)

Fixos
Carlinhos (Lobelle de Santiago-Espanha)
Ciço (ElPozo Múrcia-Espanha)
Schumacher (Inter Movistar-Espanha)

Alas
Ari (Malwee Futsal-SC)
Falcão (Malwee Futsal -SC)
Gabriel (Inter Movistar-Espanha)
Marquinho (Inter Movistar-Espanha)
Vinícius (ElPozo Múrcia-Espanha)

Pivôs
Betão (Inter Movistar-Espanha)
Lenísio (Malwee Futsal-SC)
Wilde (ElPozo Múrcia-Espanha)

Comissão técnica:
Técnico - Marcos Sorato
Auxiliar técnico - Vander Iacovino
Preparador físico - João Carlos Romano
Fisiologista - Guilherme Rodrigues
Treinador de goleiros - Marcus Bianchi
Médico - Aloir Neri de Oliveira
Fisioterapeuta - Pedro Masiero
Massoterapeuta - Mauricio Leandro
Mordomo - Airton Alves

Fonte: www.futsaldobrasil.com.br

GRAND PRIX DE FUTSAL

Definidos participantes do 5º Grand Prix de Futsal

Os 16 participantes do 5º Grand Prix de Futsal estão definidos. A competição que será realizada em Goiânia e Anápolis (GO), entre os dias 28/6 e 5/7, terá seleções das Américas do sul e central, Europa, África e Ásia. Todos em busca do título do campeonato que vem se consolidando a cada temporada no cenário internacional. As quatro edições anteriores foram vencidas pelo Brasil, que busca o pentacampeonato sob o comando do técnico Marcos Sorato, que terá pela frente sua primeira competição como treinador da Seleção Brasileira de Futsal. Além dos hexacampeões mundiais, outras sete seleções que disputaram a última Copa do Mundo de Futsal, no ano passado, estarão no GP de Futsal.Brasil, Argentina, Irã, Guatemala, Paraguai, República Tcheca, Ucrânia e Uruguai compõem o grupo de equipes que disputaram o campeonato organizado pela Fifa, vencido pelo Brasil, em casa, consolidando a recuperação da hegemonia mundial.
Além destes Países, o 5º Grand Prix terá: Angola, Costa Rica, Hungria, Moçambique, Peru, Romênia, Sérvia e Venezuela, fechando o grupo de 16 nações que disputarão o título em terras goianas.
O sorteio das chaves e a consequente definição da tabela de jogos da primeira fase ocorrerá nesta sexta-feira (19/6), em Anápolis (GO). A competição segue o mesmo formato do ano passado, em que as equipes serão divididas em quatro grupos, com quatro seleções cada. Após a disputa em suas respectivas chaves, em turno único, os dois melhores classificados de cada grupo avançam para as quartas-de-final.A partir desta etapa as partidas serão eliminatórias. Mesmo aquelas que não conquistarem a classificação na primeira fase prosseguem disputando o Grand Prix, para definição das posições intermediárias, entre a 9ª e 16ª posições. O objetivo é promover o intercâmbio entre as variadas escolas salonistas que estarão presentes para a disputa do campeonato.Ao todo estão programados 48 jogos no 5º Grand Prix. As cidades de Anápolis (GO), com o ginásio Newton de Faria, e Goiânia (GO), com o Goiânia Arena, dividirão a responsabilidade de abrigar o campeonato, que distribuirá uma premiação de cerca de R$ 100 mil entre todos os participantes. O campeão embolsará um prêmio de R$ 40 mil.
5º Grand Prix de Futsal – Participantes
Angola
Argentina
Brasil
Costa Rica
Guatemala
Hungria
Irã
Moçambique
Paraguai
Peru
República Tcheca
Romênia
Sérvia
Ucrânia
Uruguai
Venezuela

Fonte: www.futsaldobrasil.com.br

sexta-feira, 12 de junho de 2009

SELEÇÃO BRASILEIRA

Seleção Brasileira: PC fala da sua saída ao jornal Diário de Canoas
Canoas - Na última semana, o futsal brasileiro foi sacudido com a notícia de que a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) não renovaria o contrato do técnico Paulo César de Oliveira. Vale lembrar que PC comandou o Brasil na conquista do título mundial conquistado em 2008, após oito anos de domínio espanhol. Recém chegado a Canoas de uma viagem de 20 dias pela Grécia - onde recebeu o premio de melhor treinador do mundo em 2008 e festejou os 20 anos de casado com a esposa Rejane - ele revela com exclusividade ao Diário de Canoas as razões que levaram à sua saída.

Por quê PC não é mais o técnico da Seleção?
PC - A relação (com a cúpula da CBFS) começou a ter problemas em março do ano passado. Eu fiz uma convocação para quatro partidas: um desafio internacional contra a Costa Rica e um contra Sérvia, além de mais dois jogos da Sportv. E pelas minhas costas foi convocada outra seleção.
Por quem?
PC - Pela presidência e por alguns auxiliares. Não era a minha lista. Imediatamente exigi ser demitido e me recusei a dirigir uma equipe que não tivesse convocado. Isso há cinco, seis meses do Campeonato Mundial (conquistado pelo Brasil em outubro). Não sentei no banco nos quatro jogos.
Como foi?
PC - Mandaram uma pessoa aqui a Porto Alegre. Estava comendo comigo num restaurante em Canoas por voltas das 15 horas, tentando me convencer a refazer a lista. Só que às 12h30 ela já estava nos clubes. Ou seja: já tinha saído. E aqui estavam fazendo um teatro para tentar me convencer.
Então?
PC - Seria impossível eu olhar na cara dos meus filhos e da minha mulher se dirigisse uma seleção que não tivesse convocado. Iria de encontro a tudo aquilo que sempre preguei lá dentro. O que fez a confederação? Alegou para a imprensa que eu estava com problemas particulares. Todo mundo ficou preocupado comigo por causa da minha filha Laura, que sofre com uma enfermidade extremamente grave. Eu dizia para todo mundo que não tinha problema nenhum.
Pensou em largar tudo?
PC – Claro. Mas o silêncio covarde da CBFS colocava o futsal em xeque. O esporte, atletas e patrocinadores não poderiam ser penalizados por essa irresponsabilidade. Neste período, perdi o contato com a CBFS.
Às vésperas do Mundial?
PC - Isso, sem nenhum contato. Nem por e-mail, nem por telefone. As pessoas precisavam saber o que tinha acontecido. Mas a covardia deles não tinha limite. Nesse período aconteceram vários contatos com os jogadores. Então decidimos em conjunto levar o projeto até o final. Estávamos preparados para o campeonato do mundo. O Brasil precisava do título. Depois disso, cada um poderia fazer o que achasse melhor. A CBFS não se manifestou, deixou seguir assim até o final.
E depois do Mundial?
PC - Achei que, terminado o Mundial, eu ia seguir a minha vida e eles iriam seguir a vida deles. Aconteceu que eles me chamaram para renovar o contrato, que venceria em 31/12, por mais quatro anos.
O que aconteceu?
PC - Estávamos entrando bem naquele período da crise mundial. O presidente pessoalmente me pediu um prazo de três meses (janeiro, fevereiro e março) para que eles refizessem o planejamento financeiro da CBFS para a gente poder acertar.
Sua intenção era seguir?
PC – Sim, mesmo colocando em risco as propostas que havia recebido para sair, a minha condição familiar, dificulta um pouco mudanças sem um devido planejamento. Claro que seria interessante desfrutar o fato de ser campeão do mundo naquele momento. Passados esses três meses, as negociações se seguiram e se chegou a um acordo verbal. Ficou definido que eles me enviariam a minuta do contrato. Estou esperando até hoje.
Quando ficou sabendo que não ficaria?
PC - Fui comunicado que havia sido escolhido o melhor técnico do mundo no ano de 2008 por um site grego e pelo Futsal Planet. E que eu estava convidado a recebê-lo. Voltei domingo passado (7/6) desta viajem. Como estava comemorando 20 anos de casado, aproveitei para levar minha esposa e estender um pouco este passeio.
O que houve?
PC - Quando eu estava nessa viagem, fui comunicado que não seguiria por e-mail.
Quem mandou o e-mail?
PC – O presidente Aécio Borba. Eu sei me defender e posso fazer isso buscando minha recolocação no mercado. O problema é que eles assumiram um compromisso, mesmo que verbal, com as coisas da minha filha. O rompimento unilateral desse compromisso colocou em risco a vida dela. Agora estou tentando reparar este atentado à qualidade, e porque não, à manutenção da vida da Laura. O presidente pessoalmente me mandou comprar os equipamentos, a medicação, etc… Todas essas coisas já eram por conta da CBFS, o que seria mantido e alguns itens ampliados com o novo acordo.
Planejaste tua vida contando com esses quatro anos?
PC – Após as negociações e o acerto, sim. Mas eu deveria saber que em algum momento o sistema cobraria, e caro, pela minha rebeldia. Optaram por uma vingança premeditada, sórdida e imunda. Claro que o futsal é muito maior do que isso. Ele não precisa de briga pessoal de treinador com cúpula de Confederação. Nós conseguimos o título, dando ao torcedor, ao patrocinador, aquilo que eles queriam. O futsal vai seguir, a seleção vai seguir…
E porque não se demitiu?
PC - Eu não me demiti por lealdade aos atletas e membros da comissão técnica. Era uma geração de atletas, sedenta pelo título mundial. Eu estaria rompendo com a minha palavra, já que na primeira convocação, em 2005, assumimos um compromisso de irmos juntos até o final. Depois de afrontar o sistema, e sei que fiz isso (bastante), estava esperando uma represália a qualquer momento. Só que ela veio não só contra mim. Veio diretamente contra a minha família e principalmente contra a minha filha.
Sente-se usado?
PC - O projeto surtiu seu efeito e conseguiu seus objetivos. Só que um sistema viciado, decadente, arcaico como é o da CBFS sente saudades de certas atitudes. E de repente bateu uma saudade deles quererem voltar a ser o que eram antes.
Muito se especulou sobre problemas de relacionamento com os jogadores. O que existe de verdade nisso?
PC – Sobre problemas de relacionamento com atletas, vocês podem perguntar diretamente a eles. Até porque, de repente, eles não diriam nada por eu ser o técnico. Agora que não sou mais, acho que são as pessoas ideais para falar sobre a minha pessoa. Tanto é que eu recebi telefonemas de quase todos. Alguns até colocando para mim se a continuidade deles na seleção colocasse em xeque nossa amizade, eles não iriam mais.
Então?
PC - Os jogadores não podem misturar as coisas. Os níveis de amizade e respeito que nós nutrimos não podem se misturar com a questão de servir à seleção nacional. A camisa que eles vão usar tem uma estrela colocada por estes atletas. Sobre minhas relações com os jogadores, algumas são inclusive familiares. Outras, simplesmente profissionais. Essa relação tinha que produzir resultados e foi isso que ela fez.
Em relação ao Falcão especificamente, você teve algum tipo de atrito?
PC - Eu tinha uma missão, de mostrar quanto ele era importante coletivamente. Disse ao Falcão várias vezes que o fato do futsal brasileiro ser vinculado só ao nome dele me incomodava. E conseguimos, durante o Campeonato Mundial, que vários jogadores se destacassem e fossem reconhecidos nacionalmente. Era isso que queríamos. Acredito que ele tenha entendido isso. Até porque fomos campeões mundiais. A contribuição coletiva dada por ele foi importante para o resultado final do trabalho.
A CBFS alegou divergências quanto à forma de pensar o trabalho e também do ponto de vista administrativo. Quais seriam elas?
PC - As diferenças que nós temos em relação à parte administrativa é que eles não podem mandar na minha cabeça. Eu tenho que ter o direito de ter a minhas opiniões e externá-las para quem eu quiser. Mas eles não gostam disso. Eles querem que a opinião da CBFS seja a de todo mundo e que saia da cabeça deles. Isso não funciona assim. As minhas opiniões são as minhas opiniões. E já que minhas opiniões já não servem mais para eles, que eles imponham as opiniões deles para outra pessoa.
Quando assumiu, você montou uma comissão com pessoas da sua confiança. A relação com eles ficou abalada?
PC - Não, absolutamente. Do João Romano (preparador físico) para baixo, são pessoas que se aproximaram, entenderam o trabalho e o nível de cobrança que eu executava, mesmo com o desconforto que estas cobranças tenham, eventualmente, gerado. Compreenderam que as coisas não poderiam ser levadas a meio-pau. Entenderam esse processo e vivenciaram isso. A maioria trabalha comigo há 10 anos. Quanto às demais pessoas, acho que o tempo vai direcioná-los para o caminho que eles escolheram. A tentativa de manutenção de toda a comissão técnica somente me dá certeza da estrutura vencedora que montamos.
Durante esses quatro anos, foram 155 jogos, com 149 vitórias…
PC - Você precisa refazer esses dados. Foram 151 jogos. Os quatro jogos que o presidente convocou eu não dirigi a seleção. Esses quatro jogos têm que ir para a conta dele (presidente).
E qual o balanço que você faz desses quatro anos de Seleção?
PC – Quebramos paradigmas. Era importante mudar algumas coisas que prejudicavam os jogadores. Eles não podem permitir o retrocesso. Pela primeira vez eles puderam usar os tênis deles. Durante o Mundial eles usaram os tênis da marca de material esportivo, porque foram remunerados. A premiação oferecida foi muito boa. Pela primeira vez se tinha uma estrutura para ser campeão do mundo. Os jogadores estavam felizes e se divertiram durante o mundial. Vai haver uma tentativa de retroceder.
E qual legado o PC deixa?
PC - Primeiro, ter uma comissão que cobrisse todas as especificidades. Essa parte eles perceberam que é importante. Tanto é que estão ligando para todos integrantes da comissão para tentar mantê-los. Porque sabem que isso é importante. Acho que essa é a grande conquista. Conseguimos montar essa estrutura. Essas mudanças foram primordiais para profissionalizar o trabalho.
E o futuro?
PC - Tenho recebido telefonemas, os contatos estão acontecendo, mas primeiro estou tentando reorganizar a vida dentro da minha casa. Para depois pensar em como e em que condições voltar a trabalhar. Estou analisando as propostas no contexto geral. O importante agora é, por segurança, manter a minha família longe destas pessoas, porque já deram mostras do perigo que representam. Também tentarei concluir o projeto do meu livro, sobre estes quatro anos, em parceria com a Universidade Gama Filho em São Paulo, onde os salonistas poderão ter uma visão integral dos bastidores da CBFS.

Fonte: Diário de CanoasEntrevista exclusiva: Paulo César de Oliveira abre o jogoRecém chegado em Canoas, ex-técnico fala sobre sua saída da Confederação Brasileira de Futsal.Francisco Eboli/ Da Redação

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Escolas de Futsal

Escolas de Futsal: Formação de atletas ou de indivíduos para a vida Ao longo dos meus dezesseis anos de experiência como professor de Educação Física, sempre trabalhei em escola de futsal, (COFRACARMO), imaginando formar atletas profissionais, mas logo consegui ver que na minha escola de futsal quem participava eram crianças, que estavam ali para ter o prazer de praticar o jogo, de brincar, sorrir e de fazer novas amizades.Com muitas trocas de experiências com vários profissionais da área e de outras áreas, com muitos cursos e muita leitura cheguei à conclusão que tinha que usar o futsal para ajudar na formação do cidadão e não só visando a competição. Das crianças que trabalharam comigo na iniciação, três ou quatro praticam o futsal em forma de competição até hoje. Os demais, hoje são profissionais de outras áreas como: Dentista, Professor, Juiz de Direto, Farmacêutico, Engenheiro, Advogado, enfim, várias profissões que usam o futsal como qualidade de vida.O que quero dizer com isso, e que nós, profissionais da Educação Física não devemos nos preocupar em somente em formar atletas profissionais e sim trabalhar o bem estar, o caráter, as qualidades necessárias para que o nosso aluno seja um cidadão alegre e cheio de vontade de praticar o futsal, seja ele como profissional ou como esporte preferido em suas horas vagas. Quando uma criança deixa de participar das aulas de futsal, logo achamos que ele não gosta de jogar, mas isso é um erro nosso. Devemos fazer uma reflexão da maneira que trabalhamos com essa criança e não transferir a responsabilidade por ter parado de praticar.Talvez ela chegue com muita vontade de brincar de futsal, e não de iniciar um treino visando somente resultados. A criança não tem estrutura física e psicológica para aceitar regras rigorosas, devemos fazer das nossas aulas de futsal, uma recreação com normas e regras prazerosas, que façam com que a criança corra, chute, drible, ganhe, perca, mas que tenha vontade de voltar no dia seguinte.Também tenho conhecimento do outro lado que o sistema (colégio escolas estaduais e privadas, associações) querem resultados, achando que isso vai trazer algum benefícios para seu estabelecimento. Acho que o maior beneficio é manter a criança em atividade e não nos resultados alcançados.Por isso hoje o meu trabalho é direcionado a formação de um cidadão. E que o futsal esteja sempre presente em sua vida, como profissão, esporte preferido ou como paixão.

Texto: Ronildo Luiz Morra

sábado, 6 de junho de 2009

Circuito Catarinense

06/06/2009.
Jogando em Porto Belo/SC, pela 8ª etapa do Circuito Catarinense de Futsal a equipe da Soc.Harmonia/FMEGaspar/FreiPolicarpo/Ociani obteve bons resultados.
Na primeira partida a equipe foi derrotada pela União Josefense por 2 a 1.
No segundo jogo a equipe goleou a equipe de Itapema por 6 a 0.
Fechando o grupo, os meninos fizeram uma ótima apresentação e golearam a equipe da casa: Porto Belo 0 x 5 Soc.Harmonia/FMEGaspar/FreiPolicarpo/Ociani.
A equipe:
01 Marcos
04 Braian
06 Paulinho
07 Maryel
08 Bruno
09 Ziel
12 Joãozinho
13 Leandro
Téc: Vandeco
Aux.Téc/Prep.Fís: Lucilene

Abraço.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Divergência de pensamentos

PC de Oliveira deixa o comando da seleção após uma “divergência de pensamentos” junto à confederação. que afirmou não ter renovado o contrato por decisão própria. De acordo com a CBFS, um novo nome já está sendo estudado e deve ser divulgado até o fim da semana. O auxiliar técnico Marcos Sorato, o ‘Pipoca’, que já dirigiu o time em algumas partidas, surge como uma das possibilidades.

O técnico deixa a seleção com um desempenho excelente. O treinador, que ocupava o cargo desde 2005, teve um aproveitamento de 97,2 %. Foram 155 jogos sob o seu comando, com 149 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. Seus principais títulos foram as conquistas da Copa do Mundo de 2008 – inédito para a seleção e único que faltava à equipe –, a Copa América no mesmo ano, o Pan do Rio (07), o tetracampeonato no Grand Prix (05/06/07/08) e o Sul-Americano (06).

Fonte: Globoesporte.com

PC não é mais treinador da Seleção Brasileira de Futsal

PC de Oliveira não é mais treinador da Seleção Brasileira de Futsal. A empresa e a Confederação Brasileira de Futebol de Salão - Futsal (CBFS) não chegaram a um acordo em relação à renovação de contrato de prestação de serviços como treinador e este não mais seguirá no comando do time brasileiro.Divergências na forma de pensamento de trabalho e no ponto de vista administrativo levaram a CBFS a optar por não renovar o contrato do treinador, que havia assumido a Seleção em junho de 2005.A entidade já trabalha na consulta ao restante da Comissão Técnica analisando nomes para substituição apenas do treinador, já que no início de julho a Seleção Brasileira defenderá em Lisboa, Portugal, o título dos Jogos da Lusofonia, competição vencida pelo Brasil em 2006, quando ocorreu em Macau, China.
Fonte: CBFS

A Seleção Brasileira perde um dos maiores treinadores do futsal mundial. Com PC no comando a seleção resgatou a hegemonia no futsal mundial.